20 > 23 JUN 2023
E.B.1 Bairro Operário
Fazemos gestos a toda a hora, às vezes para substituir palavras, outras vezes por hábito, muitas vezes fazemos gestos sem pensar, às vezes os gestos saem como esbracejares, sem graça nem elegância, outras vezes são pensados como uma peça de xadrez que se move depois de muito tacitamente se matutar, mas o que há dentro de um gesto? Movimento? Emoção? Ideias? Impulso? Dança? Será que o gesto que é feito por nós é mesmo nosso ou é uma mistura da nossa herança genética e do meio onde nascemos e crescemos? E haverá um repertório de gestos comuns, que são entendidos em todos os lugares do mundo – como uma língua franca – e outros, que escondem segredos e histórias que precisaram de chegar até nós em forma de gesto para não se perderem – como um antigo código secreto. E qual foi o gesto mais belo que viste fazer?
O Jogo Gráfico do Gesto é um jogo, da autoria de Aldara Bizarro, com ilustrações de Madalena Matoso e texto de Maria Gil, que nos desafia a pensar nos gestos que fazemos todos os dias. Porque os fazemos, como se organizam, o que significam, e qual o impacto que provocam nos outros e em nós próprios.
Jogado em equipas, que têm de adivinhar um gesto tirado de um baralho, o jogo vem acompanhado de um livro com entrevistas realizadas a uma série de artistas, brinconautas, professores e cientistas que trabalham as questões do corpo, do movimento, do brincar e do pensar. O livro contém ainda uma proposta coreográfica para se dançar os gestos jogados.
Propomos nesta oficina, apresentar o jogo do Gráfico do Gesto como uma ferramenta pedagógica, para o conhecimento dos outros e de nós próprios, num processo de jogo que alia o conhecimento, ao desafio, à arte, e ao divertimento.
Recorremos à física, para compreender os gestos que fazemos, à filosofia, para perceber os seus significados e porque os fazemos, à coreografia do movimento e ao desenho, para gravar na memória o repertório das descobertas que nos são reveladas partir do gesto.
Aldara Bizarro nasceu em Maputo 1965. Estudou dança em Luanda, Lisboa, Nova Iorque e Berlim. Começou a coreografar em 1990 com Me myself and Influências, peça premiada no IV Workshop Coreográfico da CDL e desde então assina as suas peças que são apresentadas em todo o país. Fez parte do grupo da Nova Dança Portuguesa representado na Europália 91. Foi pioneira em Portugal na criação de dança para jovens e no envolvimento dos mesmos nas obras, através da criação do Projecto Respira (2007). A sua peça A Nova Bailarina foi distinguida pelo jornal Publico como uma das melhores peças de 2011. Foi directora artística de Jangada – estrutura de dança, durante 16 anos. Actualmente desenvolve projectos para jovens e para a comunidade, cruzando a dança com outras artes, com enfoque na componente artística, social e pedagógica.