6 > 10 NOV 2023
Escola Secundária Gil Eanes, Lagos
O que se aprende ao abrir os olhos? Por onde é que a nossa atenção vagueia em curiosidade pelo mundo? Do que se vê, o que é que se torna conhecimento, vertigem, mistério? Dos olhos à boca, da boca à palavra, da palavra ao ouvido e novamente aos olhos, o mundo processa-se e, através dele, todos nós como matérias pensantes, afectivas, sensíveis. Mergulhados no presente, lançamos âncoras para o futuro.
O artista transdisciplinar Gustavo Ciríaco convida um grupo de jovens para dois espaços laboratoriais de pesquisa coreográfica, onde irão descobrir como fazer conversar a dança com os processos iniciais de aprendizagem do indivíduo (o jardim da infância e a alfabetização).
Duas estratégias pedagógicas de referência orientam esta viagem – de um lado, o teórico alemão Friedrich Fröbel, inventor do jardim de infância e o seu uso do jogo como ferramenta fundamental para a aprendizagem; de outro, o conceituado educador e filósofo brasileiro Paulo Freire, defensor de uma pedagogia crítica, em que o aprendiz é considerado co-criador de conhecimento.
De modo a interligar poeticamente a dança com esses dois universos pedagógicos e examinar princípios que configuram e constroem o conhecimento, este laboratório procura pesquisar conhecimentos práticos presentes na vida do dia a dia dos jovens participantes – tais como os actos de caminhar, carregar, estimar, falar – que revelam as nossas bases de saber quotidiano.
Gustavo Ciríaco (BR/PT) é um artista transdisciplinar e coreógrafo nascido no Rio de Janeiro e residente em Lisboa. O seu trabalho faz convergir elementos da dança, do paisagismo, da arquitectura, da antropologia e das artes visuais. Tem usado o movimento, texto, vídeo, fotografia em obras-conversas onde o encontro é rei. Parafraseando o Gustavo, gosta, entre outras coisas, daquilo que cada obra faz brotar como possibilidade de mundo.
